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Selic deve alcançar sua mínima com atividade ainda morna

29 de ago de 2017 | Por IBBRA Consultoria falando sobre Economia e atualidades

Por José de Castro e Lucas Hirata | De São Paulo, Valor
29/08/2017

O caminho da Selic na direção de revisitar e possivelmente renovar mínimas históricas nos próximos meses não deve ser atrapalhado pela leitura de que a atividade econômica dá sinais de retomada. Prova disso é que, mesmo depois dos mais recentes indicadores mostrarem recuperação, analistas baixaram a estimativa para a taxa básica de juros ao término deste ano, que nas contas do mercado deve fechar dezembro na mesma mínima recorde de 7,25% que vigorou entre outubro de 2012 e abril de 2013.

De forma geral, a percepção é que a atividade está longe de revelar força suficiente a ponto de gerar pressões inflacionárias. Não bastasse isso, o próprio cenário para os preços parece ter melhorado nas últimas semanas, após algumas avaliações mais cautelosas terem se multiplicado a partir do fim de julho, quando o governo elevou alíquotas de impostos num ritmo maior que o esperado por investidores.

Segundo a pesquisa Focus divulgada ontem, o IPCA estimado para este ano recuou de 3,51% na semana anterior para 3,45% ao fim da semana passada. Para 12 meses, a taxa prevista caiu de 4,43% para 4,30%. E os prognósticos para o índice de agosto e setembro também cederam. Ao mesmo tempo, os cálculos para a variação do Produto Interno Bruto (PIB) de 2017 melhoraram ligeiramente, saindo de crescimento de 0,34% para expansão de 0,39%. Para 2018, porém, a taxa se manteve em 2%.

Conversas com profissionais de mesas de operação indicam que o mercado ainda aposta mais num juro perto de 7%. No entanto, cada vez mais cenários alternativos têm contemplado taxa básica na inédita faixa de 6%.

“O hiato do produto está ainda muito aberto. E não há perspectiva de algum fechamento expressivo nos próximos meses, o que dá tranquilidade para o Banco Central testar uma Selic mais baixa”, diz Solange Srour, economista-chefe da ARX Investimentos.

O hiato do produto é um conceito macroeconômico que, em linhas gerais, mede quão abaixo ou acima do PIB potencial a atividade econômica opera. Atualmente, esse “gap” está aberto – ou seja, a economia opera em ritmo muito aquém de sua capacidade de expansão. Essa diferença negativa – em outras palavras, hiato negativo – sugere que o juro básico pode ficar em patamares menores por mais tempo sem estimular pressões inflacionárias. Embora abstrato, o hiato do produto negativo é referenciado por alguns indicadores econômicos, com destaque para a taxa de desemprego e o nível de atividade dos setores industrial, de serviços e varejo.

Na próxima sexta, será conhecido o resultado do PIB referente ao segundo trimestre do ano. Pesquisa do Valor Data indica que o consumo das famílias ajudou a economia a evitar queda sobre os três meses anteriores, com o PIB devendo mostrar variação zero nessa base de comparação. Contudo, os investimentos continuam deprimidos. “Se os números vierem como esperado ou melhores, o impacto na curva de juros será neutro. Mas se vierem mais fracos, o mercado verá como uma senha para vender taxa”, diz o gestor sênior de renda fixa da Absolute Investimentos, Renato Botto, em referência aos próximos números de atividade. O gestor trabalha com juro terminal de 7%, mas não descarta chances de a taxa básica recuar abaixo desse patamar.

Mauricio Oreng, economista-chefe do Rabobank Brasil, trabalha com Selic de 7,5% ao fim do ano. Ele lembra a necessidade de reformas para que o juro consiga se manter perto desse patamar. “O BC vai ajustar a postura expansionista à própria queda do juro neutro, que depende dos ajustes estruturais.”

À espera da agenda político-econômica dos próximos dias, o mercado teve ontem o pregão com volume de negócios mais fraco em três semanas. Na BM&F, o juro com vencimento em janeiro de 2019, o mais negociado da sessão, subiu 1 ponto-base, para 7,83%. O dólar teve leve alta de 0,27%, a R$ 3,1626.

(Notícia retirada integralmente do site http://www.valor.com.br/financas)
*As opiniões expressas neste artigo não expressam, necessariamente, a opinião da Ibbra Consultoria Financeira.


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