Por Juliana Schincariol, Valor Econômico, Rio de Janeiro, 21 de maio de 2019
O Banco Central está reavaliando e ampliando sua agenda de reformas estruturais, chamada de Agenda BC+, para incorporar novas dimensões, incluindo a educação financeira. “A educação financeira é um requisito fundamental para a democratização do sistema financeiro”, afirmou o diretor de relacionamento institucional e cidadania da instituição, Mauricio Moura, durante apresentação na abertura da Semana Nacional de Educação financeira.
Segundo ele, o objetivo é criar um amplo programa de estímulo à educação financeira, por meio de ações junto a agentes de mercado e a outros órgãos governamentais, incluindo cooperativas e provedores de microcrédito como parceiros nesse esforço. As ações terão foco em crianças e jovens em idade escolar, superendividados, clientes de instituições financeiras e população de baixa renda.
Entre as iniciativas, destaque para um programa de implementação de educação financeira para alunos do ensino fundamental de escolas públicas. Segundo Moura, o objetivo é apoiar secretarias de Educação para abordarem o tema nas escolas.
As instituições de ensino terão acesso a uma plataforma on-line com conteúdo e orientação dos temas, que serão integrados a disciplinas obrigatórias como matemática, português e ciências. Será necessário, em um primeiro momento, a adesão das secretarias de Educação, que irão divulgar o programa para escolas. “Não é o BC que vai chegar às escolas. Os diretores das escolas que se interessarem é que irão cadastrar as escolas no programa”, disse. “O programa não deve ser um fardo, deve ser uma solução”, afirmou o diretor.
O projeto terá duração de três anos, a partir de 2019. No primeiro deles, está prevista a implementação da plataforma on-line, além de articulação e divulgação do programa. No ano que vem, será a primeira rodada de implementação nas escolas, ainda em caráter de projeto-piloto. Será selecionado um Estado em cada região, além de São Paulo. Essa amostra já corresponde a 40% dos estudantes de ensino fundamental.
“Após três anos, acreditamos que estará maduro e pronto para ser escalado. O BC apresentará o programa pronto”, disse. Segundo o diretor, as escolas que mais se destacarem serão premiadas. O programa está sendo preparado com o objetivo principal de ter escala, de chegar em grande número de alunos. “Em vez de ter pessoas indo a cada escola, a plataforma on-line permite uma escalabilidade muito maior”, afirmou Moura.
O diretor do BC lembrou que a educação financeira pode ter efeitos macroeconômicos importantes, como melhor uso do crédito, menor risco de endividamento excessivo e redução da inadimplência, além de planejamento previdenciário, enumerou.
Notícia retirada integralmente do site http://valor.com.br/financas/)
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