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Chance de fracasso com Previdência é de 30%, diz Eurasia

25 de mar de 2019 | Por IBBRA Consultoria falando sobre Economia e atualidades

Por Lucas Hirata, Valor Econômico, São Paulo, 25 de março de 2019

 

O aumento da tensão na cena política ao longo dos últimos dias reforça a percepção de que os riscos em torno da reforma da Previdência são consideráveis. Nos cálculos da consultoria Eurasia, a probabilidade de fracasso da aprovação do projeto ainda gira em torno de 30% – número que foi mantido nas últimas semanas. O que mudou, na visão da consultoria, é a perspectiva para o timing da tramitação.

“Estávamos nos questionando se o nosso cenário estava começando a ficar pessimista demais, mas os eventos da semana passada mostraram que não. O risco de fracasso de reforma da Previdência é considerável, com estimativa de 30%”, diz o analista sênior Silvio Cascione. “Os eventos dos últimos dias vieram para reafirmar os riscos que vemos para a tramitação e o resultado final da reforma”, diz.

Para o especialista, o processo de aprovação da reforma “não será suave, deve ter muita diluição ao longo do caminho”. A Eurasia mantém a projeção de que a medida significará uma poupança fiscal de R$ 400 bilhões a R$ 600 bilhões em dez anos, ante a estimativa inicial do governo de mais de R$ 1 trilhão. “Sempre apostamos que a reforma seria aprovada, mas não seria com facilidade. Sempre alertamos para um risco considerável de fracasso”, diz.

Uma das consequências dos atritos políticos dos últimos dias, na avaliação de Cascione, é o prolongamento do processo na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na Câmara. Inicialmente, a expectativa era de aprovação em março, mas agora deve ficar para a segunda semana ou até terceira de abril. “Consome mais tempo nessa etapa”, diz.

Para o especialista da Eurasia, a prisão do ex-presidente Michel Temer e do ex-ministro Moreira Franco aumentaram a temperatura no mundo político. ”Trouxe mais ruído para cenário já tumultuado, mas não foram o fator definitivo para a dinâmica na política”, diz.

O que mais afeta o ambiente político é o embate entre a plataforma do presidente Jair Bolsonaro, que se elegeu com o discurso de combate a “velha política”, e a composição do Congresso. “É um Congresso muito fragmentado com muitas lideranças partidárias. Você precisa contar com uma coalização forte para avançar com as medidas”, diz.

Cascione lembra que Bolsonaro foi eleito para mudar a forma de fazer política e parte da confiança do eleitorado vem disso. “O que devemos ver daqui para frente é uma reação do governo para o lado mais construtivo, tentando jogar panos quentes nos atritos para buscar uma forma de relacionamento com o Congresso”, diz. “Mas, ao mesmo tempo, sem voltar ao jogo de antes. Não achamos que o presidente vai abandonar o discurso de renovação da política, não vai deixar de usar redes sociais. Mesmo se tiver uma reação construtiva, ainda assim devem ter alguns ruídos na construção dessa relação”, acrescenta.

O fator determinante para a governabilidade é a popularidade, na avaliação do especialista da Eurasia. “Enquanto Bolsonaro for popular, os congressistas vão parar para olhar os esforços do presidente. Mas o ponto é que não basta ser popular, ele precisa usar a popularidade para construir pontes com o Congresso. O maior risco é que a popularidade caia demais antes de ter construído as pontes e ter aprovado a reforma”, diz Cascione.

“Do lado da popularidade do presidente, tivemos sinais um pouco mais preocupantes na semana passada, com os dados do Ibope, mas ainda Bolsonaro ainda sustenta relativa popularidade. Ele é mais popular do que impopular na maior parte dos recortes da pesquisa”, diz. “Isso significa que tem condições de se manter com certa popularidade por um período suficiente para aprovar a reforma da Previdência”, diz.

Em termos de comunicação da reforma, ainda há um certo conforto. “Apesar de reclamações por parte do mercado sobre não ver o presidente defendendo a reforma de maneira tão ativa quanto se esperaria nesta etapa, a oposição não cristalizou na opinião pública a visão negativa da reforma. É debate que ainda está morno e mais concentrado em fatores secundários da reforma”, diz. “O principal ainda está preservado. Estamos mais preocupados com a questão da popularidade em si do Bolsonaro”, diz.

 

Notícia retirada integralmente do site https://valor.com.br/brasil/)
*As opiniões expressas neste artigo não expressam, necessariamente, a opinião da IBBRA – Consultoria Financeira.


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